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Em que idade começa a ansiedade?

Ansiedade está entre as doenças mais paralisantes do mundo. Ela atrapalha mais a vida que todas as outras doenças mentais juntas: é o distúrbio que mais afeta nossa capacidade de socializar e trabalhar.

Existem vários tipos de ansiedade, cada uma com a sua característica, e entender em que momento ela começa a aparecer é essencial para tratar melhor os pacientes, sejam eles crianças ou adultos.

Para isso, pesquisadores do Hospital Sofia de Crianças, em Roterdã, na Holanda, analisaram mais de mil estudos científicos para entender em que fase cada tipo de transtorno de ansiedade começa.

Eles descobriram que as doenças se dividem em dois grandes grupos: as que começam na infância e as que aparecem no início da vida adulta. No geral, a idade média para desenvolver algum distúrbio de ansiedade é 21 anos.

Ansiedade de separação – 10 anos
Até os 3 anos de idade, é normal que a criança não saiba lidar com a separação de casa ou dos pais. Mais tarde, se a sensação de medo e insegurança se mantém, o quadro precisa ser tratado.

A idade média para o aparecimento do distúrbio é de 10 anos, mas ele pode começar aos 6 e permanecer (ou aparecer de repente) na vida adulta.

Fobias específicas – 11 anos
Se você tem um medo extremo de alguma coisa (seja aranhas, escuro ou do Papa), é bem provável que traga esse pavor desde criança. É nessa fase que as fobias aparecem e se solidificam, prejudicando muito o paciente toda a vez que ele precisa lidar com o objeto do medo.

Ansiedade social – 14 anos
Lidar com pessoas é difícil para todo mundo e fica pior na adolescência. Talvez seja por isso que a ansiedade (ou fobia) social comece a aparecer nessa fase da vida.

Para quem tem o distúrbio, festas (que ficam mais comuns nessa idade), especialmente cheias de desconhecidos, são aterrorizantes e, no meio de uma crise, falar ao telefone ou pedir comida num restaurante é uma tarefa quase impossível.

Agorafobia – 21 anos
A ansiedade de sair em lugares lotados e abertos geralmente é associada à Síndrome do Pânico, mas, quando aparece sozinha, ela geralmente surge bem mais cedo.

A sensação do paciente é que algo terrível pode acontecer e, com tanta gente ao redor, ele não tem como se defender.

Transtorno Obsesivo Compulsivo – 24 anos
Os sintomas de TOC começam a aparecer, para grande parte dos pacientes, no início da vida adulta. A doença é marcada por certos rituais que a pessoa precisa repetir para aliviar a ansiedade, como mania de limpeza ou de organização, por exemplo.

Estresse pós-traumático – 26 anos
O distúrbio é tradicionalmente associado a soldados, que podem voltar da guerra com flashs apavorantes das cenas que viram por lá. Traumas mais corriqueiros como assaltos também podem desencadear um quadro de estresse pós-traumático – e, felizmente, o quadro é mais comum no início da vida adulta do que na infância.

Síndrome do Pânico – 30 anos
Surpreendentemente, uma das doenças mais famosas da lista é uma das últimas a aparecer ao longo da vida do paciente. A síndrome geralmente aparece em situações de transição importantes, que geralmente vem com uma carga grande de estresse.

As crises de pânico são marcadas por um medo irracional, acompanhado por falta de ar, suor e coração acelerado.

Transtorno de ansiedade generalizada – 35 anos
A ansiedade tradicional é a que aparece mais tarde na vida, caracterizada por uma preocupação exagerada com eventos do dia a dia, sem razão aparente.

Mas, segundo os cientistas, essa estimativa pode ter sido adiada pela forma como os estudos geralmente consideram o diagnóstico. A ansiedade generalizada geralmente é diagnosticada junto a um ou mais dos outros distúrbios, que são menos comuns.

Com isso, algumas pesquisas levam em conta apenas uma das doenças e os resultados saem enviesados.

Os pesquisadores holandeses descobriram também que o lugar em que você vive faz diferença na idade de surgimento da ansiedade. Quanto mais desenvolvido o país, mais tarde os distúrbios começam a aparecer.

Já entre homens e mulheres não houve diferença de idade. Os dois gêneros tem períodos semelhantes de vulnerabilidade, mas as mulheres são mais suscetíveis à ansiedade, tanto que compunham dois terços da amostra de ansiosos analisada no estudo.

Com a pesquisa, os cientistas esperam direcionar melhor as políticas públicas de prevenção e diagnóstico da ansiedade. Quase metade dos pacientes lida com os sintomas sem receber tratamento adequado.

Crianças que apresentam distúrbios de ansiedade desde muito cedo têm chances maiores de desenvolver quadros graves, com um ou mais transtornos.

Elas passam a evitar todas as situações que possam ser um gatilho para a ansiedade (o chamado comportamento evitativo) e isso pode levar a um isolamento profundo e até ao suicídio.

Para evitar esses riscos, é preciso identificar os transtornos cedo – e, sabendo quais deles começam nessa idade, professores e pais podem ficar mais alertas.

Fonte: Exame.com

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